6 de fevereiro de 2012

Escrava do próprio erro

Ah, certeza, como queria ser tua aliada. Com um sorriso desmanchado, contaria-me verdade. De agora em diante não existiria dúvida. Seria você uma boa amiga? Arrisco dizer que sim, uma vez que deposito minha plena confiança em ti. Confiança pode ser a base de qualquer e toda relação. E, para ser clara, confio em você. Ah, tão doce e solitária amiga! Por que estamos tão sozinhas? Nós choramos e rimos juntas, logo que todo o resto não nos suporta. Afinal, quem desejaria amizade em uma menina de certeza soberana e com um toque demasiado de arrogância? Ninguém, minha querida. Às vezes, choramos. Sim, nós choramos porque nos sentimos sozinhas. Porque eu sinto falta. Falta de errar, pois só então deverei valorizar os acertos. Acertos que hoje são rotina por conta da inegável e relevante certeza. Sinto falta das dúvidas, dos risos (hoje em dia tão raros), das questões, das expectativas e inseguranças. A saudade de um passado que soa tão, tão distante - saudade de ser comum. Ah, certeza, queria eu me livrar de ti.