28 de dezembro de 2011

Grite para mim

(Inspirada pelas letras violentas e inteligentes da banda Slipknot, criei um personagem - e é, por sinal, um homem - que ama de um jeito doentio uma mulher. Citei vários trechos de músicas da banda, principalmente aquelas que expressão possessão. Você não é obrigado a ler, sinceramente ficou uma bosta. Obrigada pela atenção.)

   E ela era tudo para mim. Ela era um sonho, o sonho em que apenas seu esplendor e dramaturgia poderiam explicar vagamente o quão é bela aos meus olhos. Eu não hesitaria. Não hesitaria em fazer o que quer que fosse para tê-la apenas para mim. Agora, não sei o que fazer. Não sei o que fazer quando ela me deixa triste. Quando ela me deixa triste. Triste.
   Ela é única com esse poder.
   Sua magnitude me faz suspirar, de modo que seus simples gestos me ceguem, privando-me de meus sentidos. Não posso deixar isso crescer em mim, não posso deixar que ela cresça dentro de meu coração. Paro de respirar por longos momentos, punindo assim minha mente e meu corpo. Como sou capaz de amar um ser tão insignificante e frágil?
    E ela sorri.
    Seus belos lábios se estendendo em um uma linha assimétrica, quase surrealmente perfeita. Ela sorri, e todo meu mundo se estagna por tempo intermediado. Nada – absolutamente nada – importa mais. Apenas o seu lindo sorriso poderia iluminar meu mórbido caminho para a morte. Apenas seu sorriso simplório poderia me guiar para a morte.
    Seja preciosa, seja minha.
    Afaste-se, deixe-me tomar o controle. Deixe-me tocar sua pele, entrar na sinfonia de seu corpo. Deixe-me sentir esses sentimentos que todos sempre expressão. Apenas uma vez na vida, quero sentir o amor e ter certeza disso. Porque tudo que o sempre amei foi o ódio. O sangue, e a dor. Talvez eu te ame.
     Pare.
    Pare! Não me sufoque mais! Não imponha esse poder absoluto que apenas você tem sobre mim. Não vou deixar que me levem e não vou ser levado por você. Fique ao meu lado. Seja honesta, seja bela, seja preciosa, seja minha - e de mais ninguém. A partir de agora, você me pertence de corpo e alma.
          Não é esse o significado do tão precioso amor?

12 de dezembro de 2011

Era sempre a dor

Não era questão de negar os próprios sentimentos, e sim de se sentir fraca em relação à eles. No fundo, apenas não fazia sentido. Nada fazia. Ela suspirou, pondo uma mecha implicante do cabelo cor caramelo atrás da orelha. Era confuso e desnecessário escrever sobre os próprios sentimentos. Porque, querendo ou não, ninguém se importava. Ninguém se importa com o que você está sentindo. Seja dor, pena, desespero, desilusão, raiva. E ela sentia tudo aquilo. Tudo massacrado em seu coração, fazendo com que a mesma tenha uma vontade quase que frequente de gritar. Ela só queria gritar. Por para fora a dor que sentia. Simplesmente a dor. Era sempre a dor.

11 de dezembro de 2011

Ainda chovia

Ainda chovia quando uma lágrima grossa rolou pela sua bochecha. Ele estava encolhido no canto mais escuro de seu quarto. Havia preferido a solidão, o silencio e a dor. Que escolhas fascinantes, não? Era do tipo masoquista, que remoía a angustia e as boas lembranças. Tudo de uma só vez. Era uma forma de não se esquecer de que, no passado, foi feliz. Iludido, mas feliz. Logo ele, logo o rapaz que se divertia tanto rindo do sofrimento alheio. Achava amor uma mentira, e acreditava fielmente que morreria sozinho e feliz. A facilidade de fazer palpites errados era arrematadora. E logo estava ali, perdido. Porque era a única palavra que podia definir sua situação. Definir como ele se sentia sem ela.

25 de novembro de 2011

Estrategia Final


Eu não estou com medo. 
 Não estou. Embora eu devesse estar, embora eu me obrigasse a estar.
 Frio. Está tão frio.
E então o som impetuoso de uma risada. De principio, achei inadequado. Quem riria em uma situações daquelas? Logo, entendi a graça. A razão não era realmente óbvia. Era o simples fato que a vida era engraçada. Passamos bons anos nos importando com coisas insignificantes, sofrendo por motivo irrelevantes e chorando pelo tudo e pelo nada. Durante a vida, tudo soa como o fim dos tempos. Mas, agora, nada daquilo significou nada. Eu estava sozinha agora.
Sozinhos. Vamos todos acabar sozinhos.
Eles iriam sentir minha falta. E isso me alegrou. Pensei em quantas pessoas chorariam sob meu corpo adormecido. Em um sono que acordar estava fora de cogitação. Iriam se lamentar por mim. Uma pena eu não poder estar lá para ver. Uma pena, realmente. Tenho certeza que vendo tudo como estava, eu iria sorrir, satisfeita. Alguma coisa valeu a pena afinal.
Respiração. Não posso respirar.
E então, eu seria esquecida. Os poucos que se lamentariam por mim logo partiriam também. A minha carne apodreceria, meus ossos virariam pó. Nunca quis ser eterna. Nunca quis lutar. Queria apenas uma explicação, uma justificativa. Por que eu? Logo eu.
Morrer. Eu iria morrer.
E essas foram as últimas coisas que passaram na minha cabeça.

23 de novembro de 2011

Mudança



As coisas, mudaram, não? Eu posso me lembrar daqueles tempos. Mesmo que toda essa loucura tenha ocorrido há apenas poucos meses, é como se anos luz tivessem emergido entre nós dois. Eu sinto sua falta. É claro. E, ao mesmo tempo, gosto das coisas como estão. Eu gosto de poder rir e chorar, escrever e apagar - gosto de poder viver sem me sentir presa. Principalmente, de não me arrepender de atos precipitados, de palavras mal colocadas, de uma humilhação constante. Gosto de como tudo está. É claro. Ás vezes, você realmente faz falta. Eu nunca fumei, mas já ouvi relatos que, quando você quer parar com o vício, tem recaídas. Necessidades loucas de apenas uma tragada. Exemplo horrível, eu sei, porém é assim com você. Eu quero apenas ouvir sua voz, sentir seu cheiro. Apenas uma vez, e pronto. Embora todo fumante deva afirmar; vença as recaídas e logo estará livre uma vez de seu vício. Talvez eu esteja apenas com medo de me desapegar, com medo de me sentir de outra forma. Afinal, as coisas mudaram.

7 de novembro de 2011

Promessas

Não, não era a primeira vez que eu me sentia assim. Embora não tenha sido pelos mesmo motivos, os sentimentos são os mesmos. Talvez essa abstinência de você tenha me provocando tantos efeitos colaterais. Talvez - apenas talvez - eu não precise de mais nada disso. Eu não preciso da beleza contida nas vidas, na delicada força que existe no amor, no simplório ato que existe em uma declaração. Não preciso de nada disso. Quanto mais eu adio o momento, mais próximo ele fica de mim. Quanto mais eu me distancio de ti, mais perto fico do envolto gélido da Morte. De uma memória que parece ter infinito quilômetros de distancia, eu jurei nunca provocar o impacto. Sim, eu jurei nunca provocar a minha travessia  Promessas são assim; se esvaziam com o tempo.

4 de outubro de 2011

Meu monstro

É frustrante o jeito que a minha mente funciona. Me torturo, me faço ir e voltar, me faço rir e chorar. A custo de que? De perceber que a realidade é o lado ruim da fantasia? Que pessoas que eu amava agora só são mais um borrão nas minhas lembranças? Não me entendo, não entendo o jeito que toda essa máfia funciona. Sinto que estou sempre conspirando contra mim mesma. Talvez eu faça o perfil masoquista. Ou apenas paranoica mesmo, não posso dizer. Minha cabeça está sempre em conflito. Meu coração parece intacto, indiferente sobre tudo o que acontece. Como se fosse incapaz de amar.

16 de setembro de 2011

Uma breve apresentação

Você não escolhe quando vai se apaixonar. Não tem hora, razão ou planejamento. Apenas acontece, algo simples e natural. Obviamente, você não escolhe por quem, e por isso fica aquele mistério "Por quê?". Por que eu fui escolher logo ele em tantos outros? Não posso dizer ao certo, mas algo naquele estilo sinistro e cínico me chama a atenção, não sei explicar, apenas sinto. Como se fosse possível descrever o se sente em apenas palavras. Talvez, eu devesse começar com uma apresentação. Algo singelo como meu nome. Você não saberia de nada, das coisas que vi, das que eu vivi, dos sufocos que passei ou dos problemas que presenciei. Apenas da porcaria do meu nome. Perfeito, não? Vou parar de ser dramática por um momento, aliás, me chame de Liz. Meu nome é Lilian, e gosto de como é. As pessoas me apelidavam carinhosamente de "Lilly", porém soava infantil e imaturo. Depois de convencer meus amigos um pouco, consegui ser chamada de Liz. É bem melhor, pelo menos eu acho. E lá vou eu de novo me perdendo nos tópicos. Vou parar de falar por aqui, e isso é tudo que você deve saber. A droga do meu nome.

4 de setembro de 2011

Existência

 Esta é a grande frustação da minha existência. Na minha cabeça, posso escalar intrincados andaimes de palavras e alcançar o teto mais alto da catedral para pintar meus pensamentos, mas quando abro a boca, tudo isso desaba.
- Sangue Quente, Isaac Marion.

29 de agosto de 2011

E eu não sei o que fazer

Ás vezes, você tem que ser forte. Tem que ser o pilar, o exemplo, um modelo. Você precisa ser forte para que aqueles ao seu redor não enfraqueçam; precisa ser o otimista em momentos de crise. O único que acredita de verdade que tudo pode realmente ficar bem. Porém, quando o assunto é si mesmo, você nunca acerta. Sempre tem um motivo bobo, algo que faça desistir. Precisa que alguém faça o papel que você exerce tão bem, precisa que alguém te apoie, acredite nos seus próprios sonhos. No fundo, só precisamos ter certeza que essas esperanças não são ilusões.

23 de agosto de 2011

Verdadeira Alegria

Não eram exatamente expectativas; eram esperanças. Só queria que tudo desse certo. Queria poder acordar, e ao menos uma vez estar feliz com satisfeita com tudo ao meu redor. Claro, ser feliz e ter a vida impecável são coisas extramamentes diferentes. Eu não quero ter uma vida dos sonhos, ser rica, famosa e perfeita. Eu queria algo simples, afinal, é na simplicidade que encontramos a verdadeira alegria.

4 de agosto de 2011

Respire fundo.


Como preciso comer e dormir, também necessito escrever. Se eu ficar sem comer, morro. Mas quando não escrevo nada, é como se um grande vazio se formasse dentro de mim, e nada pudesse tapá-lo. Sinto minha mente embaraçando, o mundo caindo sobre meus ombros. Nada parece fazer sentindo - e mesmo que tente, não consigo. Então caio na escuridão da inconsciência espiritual. É pior que qualquer dor ou agonia que seu corpo pode sentir. É como se o mundo estivesse sobrecarregado em um só coração. Preso, torturado, desesperado. Então escrevo, falo abstratamente o que sinto. Algumas vezes, em códigos, sinais, palavras-chaves; outras eu apenas escrevo tudo de uma vez, sem dar reviravoltas ou poupar palavras. No final, nada importou. Sei que tudo passa. Sei que tudo é só uma fase ruim. Então respiro fundo e continuo.

3 de julho de 2011

Solidão.


  Ela suspirou - sentido o peso insuportável da verdade cavalgar em seus ombros. Ninguém se importava. Ninguém se dava o trabalho de fingir se importar, de sentar ao seu lado, e em um sorriso nos lábios sussurrar “Ei, não é tão ruim assim”. O futuro parecia dar voltas em sua cabeça, e como sempre, temeu o que vinha a acontecer.
  Era como todos os seres humanos lá fora. Gostava de fazer tempestades em copos d’água, de fazer dramas. Em sua cabeça, sempre era vítima. O mundo estava errado demais para sua certeza prematura e seu álibi impecável. Não a julgue. Tenho certeza que todos já agiram assim algum dia.
  Jogou-se no sofá, enrolou-se no cobertor e aproveitou de bom grado o gostinho de solidão que ainda estava vivido em seu paladar. Antes não era assim, antes iria preferir qualquer coisa a ser deixada sozinha por todas as férias. Porém não mais.
  Tudo que precisava estava ao seu dispor, de água e comida á solidão e desespero. E as pessoas? Em sua situação, estava escondida delas. É claro que os momentos que passava ao lado de um bom amigo, eram perfeitos. Poderia conversar e desabafar um pouco, tendo certeza que ele escutaria, e mesmo que não a entendesse, ficaria ao lado dela.
  Pena que tudo mudou. Sentia a necessidade de ficar sozinha. A necessidade de se proteger seu coração dos perigos lá fora. Podemos dizer que ela não é do tipo que se apaixona com facilidade, mas quando isto acontece se entrega de corpo e alma. Se joga sem checar a altura e, obviamente, se arrebenta  com a queda. Em seguida, promete a si mesma tomar mais cuidado. Parece reconfortante.
  No momento, não precisava de um amor, de preocupações. Não era deste tipo de gente que estava escondida. Seus amigos, porém, magoavam-na muito mais. O medo de perdê-los e acabar sozinha de uma vez aprofundava sua cabeça com tanto vigor, que decidiu que se não fizesse nenhuma besteira, nunca perderia ninguém. E para não fazer besteiras, não falava mais com eles.
  Se eles se importassem, chegariam de modo sorrateiro, e em uma inocência no olhar perguntaria para a menina assustada e recua o porquê de ter agido daquele jeito. Triste foi afirmar que ninguém veio. Sentiu-se como a bela adormecida, que apenas com um beijo poderia ser despertada de tal paranoia  Não queria beijos, abraços ou qualquer adorno. Apenas palavras, sinceras e simples.
                                                           Era tudo que pedia.

23 de junho de 2011

Mocinha ou vilã?

Mentiras mal contadas, palavras vazias, promessas. Ciumenta, cínica e um tanto que narcisista, ela poderia ser classificada como um monstro. Mas não era. Era apenas mais um ser humano. Um ser humano hipócrita, egoísta e manipulador. Gostava de brincar com sentimentos, gostava de trair seus aliados, e, principalmente, gostava de fazer tudo e todos ao seu redor se sentir um lixo. Ás vezes tão boba, e tão incapaz de enganar a si mesma. Como se tudo que costumava fazer, dizer ou pensar fosse apenas mais uma brincadeira. De certa forma, era. Ela transformava todos em peças para seu jogo, como se dependesse disso para que a máscara não caísse. Não caiu. Não por muito tempo. Há quem diga que tudo que ela queria era só atenção. Só queria ser amada; amada de verdade. Como um encanto, dependeria de um principe encantado para despertá-la do terrível pesadelo. O pesadelo que era sua vida. Afinal, mocinha ou vilã?

14 de junho de 2011

Está tudo bem?

    -Está tudo bem?
    As palavras vagaram em um espaço alternativo por longos segundos. Quando chegou aos seus ouvidos, não faziam sentido. Foram processadas, digeridas e entendidas. Então riu. Ela sentiu a desilusão atingir sua mente, desnortear seu auto-controle. Quantas coisas quis responder. Definitivamente, NÃO estava bem. O coração partido, a nostalgia mais intensa do que jamais sentira, sua esperança esgotada. Seu físico também estava acabado, as olheiras agora grossas e escuras, a pele mais pálida e cínica do que ela jamais tivera vida, seus cabelos estavam quebrados, as unhas fracas. Amor era algo que ainda doia, como uma ferida funda que se recusava a sarar. O amor por si, se fora. O amor pelos os outros, também. Ela se sentia cada vez mais dura, fria, insensível. Usava a ironia como sua unica arma. Não ligava mais. Para nada. Para ninguém. Então, sorriu. Sorriu para o dono da pergunta tão estupida e sensata. Sorriu para todos que um dia fingiram se importar, então foram embora, sem ao menos dizer adeus. Sorriu para o mundo, para todos que disseram que ela não era capaz. E com a voz pouco alterada, respondeu:
  -Sim.

4 de junho de 2011

Pesadelo


Estava tendo um pesadelo terrível. Nele, a sociedade marchava contra a razão, e apenas pelos padrões. Vidas jovens sendo tiradas por motivos tão fúteis, e, além de tudo, a responsabilidade alheia, porém repentina, sobrecarregava os ombros das pessoas. Elas eram pressionadas contra a parede, obrigadas a sucumbir. Indiferença sobrava, ignorância transbordava. E na metade do caminho, olhei para trás, tendo a cínica visão de um mundo devastado. Com os olhos cheios de lágrimas, continuei andando. Porque neste pesadelo, as coisas eram assim; quem não anda, cai. Quem cair, é pisoteado. Apenas os mais fortes e resistentes continuam, apenas aqueles que tem a força de vontade maior que tudo que acreditou, maior que si mesmo. Os diferentes eram julgados; os de opiniões oprimidos; apenas os que se deixavam levar por tudo que lhe era imposto, podiam continuar. No final de tudo, afim de me libertar desse terrível sonho, fui dormir.

3 de junho de 2011

Perdendo a razão, perdendo a cabeça.

Tentando encontrar algo para destruir. Falando o que sente sem ao menos pensar. Dizendo palavras aos ventos, se tornando cada vez mais irracional. O que está acontecendo comigo? Clemência, é tudo o que eu peço. Uma segunda chance. Um talvez. Por que tudo continua sendo tão difícil? E de repente, me vejo desistindo de tudo. Gritando "foda-se" para a vida, consequências, para tudo. Vejo o que as palavras não podem transcrever, o que o mundo nunca iria pensar. Simplesmente, não me importo. Absolutamente para nada. E talvez esse seja o motivo da minha pequena rebelião psicológica, para a minha vertigem de palavras, para as minhas atitudes desesperadas. Afinal, ainda existe esperança?

31 de maio de 2011

Uma marca do passado


     Via o sol refletindo contra a minha janela, a música melancólica ao fundo, aquele gostinho de tarde ainda vivido em meu paladar. Sim, as coisas eram simples. Então, ás vezes, ou até em seguida, me pego escrevendo. Escrevendo sobre tudo, sobre nada. Escrevia sobre simplicidades, como a chuva que escorria sobre a grande fortaleza de lembranças, que eu mesma gosto de chamar de casa. Gostava de escrever sobre assuntos indiscutíveis, particularmente como religião, guerra, preconceito. Mas, acima de tudo, me sentia feliz. É claro que, convenhamos, ainda somos jovens, todos nós. Ainda temos oceanos de coisas para descobrir, uma vida inteira para se conhecer. Mas mesmo sentindo que vivi tão pouco, as coisas mudaram. Nada está como costumava ser, o que antes era simples, doce e inocente, hoje em dia é vulgar, complicado, amargo. E mesmo que cada fibra do meu ser insista em negar, não posso lutar contra a lógica; não posso negar que o mundo está se tornando cada vez mais canibal.

20 de maio de 2011

Quando a chuva passar


   Sempre me pego observando o céu. Particularmente, gosto do céu limpo e azul, com um belo sol amarelo salvando-me, dizendo que apenas por hoje, tudo ficará bem. Sim, otimismo. Querendo ou não, uma forte característica minha.  Mas isto tudo era algo como a chuva, algo como a prova que o tempo pode mudar de uma hora para outra. Que o céu pode se fechar, que tudo pode acabar, assim, sem nenhum culpado. Apenas o tempo. Mas, o que há de dramático nisso?Não é o que há de dramático, ou o que deixa de ser. Mas nós, como todos os seres humanos, associamos coisas às outras. Logo, a chuva teria sua importância, seus significados. Melancolia, tristeza, solidão. Então, não importa o quanto o tempo esteja fechado; espere e veja o lindo arco-íris.

15 de maio de 2011

Ei, estranho

    Às vezes, queria ser você. Você não precisa de aceitação, ou opinião alheia. Tudo o que você precisa é pensar por si próprio, e não levar nada ao lado pro lado pessoal. Mas nós, não. Nós só queremos alguém que vá nos aceitar como somos, alguém que nos compreenda.
    Você vive em sua cabeça, alguns chamariam isso de imaginação. Quanto a mim, tento me focar em algo que não seja meus sentimentos. Porque eles me derrubam. Principalmente aqueles sobre o seu respeito. Mas nada iria te derrubar, certo? Está tão certo sobre seu respeito, tão aparentemente forte e sobreposto. Por outro lado, ambos nós somos desapegados. De qualquer coisa. De qualquer um. A não ser que estivemos fingindo.
   O destino nos levou um para o outro, de alguma maneira. Por algum motivo, você sorriu para mim, aquele dia. Não sabia você, mas tudo que eu sempre desejei fosse que alguém ignorasse tudo, e sorrisse. Alguém que pudesse ver a beleza  até mesmo nas coisas mais duvidosas. E mesmo você viu a beleza em mim. E foi assim que tudo começou.

9 de maio de 2011

Além de tudo, não desista.

Quando estiver devastada, levante a cabeça e siga em frente. Mesmo que doa. Mesmo que, aparentemente, seja impossível. No começo, será. Não vou negar. Mas depois você vai perceber que esse tipo de atitude pode diferenciar uma vitória de uma derrota. Além de tudo, se falhar, você ao menos tentou. E isso fará toda a diferença. Sei que ás vezes adoro dar enfase em que nada é fácil. Não é. Nada é. Mas se você acreditar em si mesmo, acima de tudo, as portas se abriram mais rápido do que possa se dar conta.

30 de abril de 2011

Hora da verdade


 Sinto sua falta. Mesmo mentindo para mim, mesmo falando centenas de vezes na frente do espelho que eu não preciso de você, que eu não quero você ao meu lado, eu estive mentindo. É. Eu estou sendo sincera, para variar. Estou começando a achar que, este tempo todo, o meu coração tem sido sádico. Que ele gosta de me ver correndo atrás de você, de me ver caindo, de me despedaçar em mil pedaços, como um cristal delicado, que com qualquer tropeço, se desmantela.
  Cansaram de me falar que o tempo cura, principalmente corações partidos. E desde então tenho esperado, esperado, esperado, esperado. Nada. É como se cada hora que passa, a dor só se expande, só me deixa mais claro que te esquecer não vai ser tão fácil. 
  Por quê? Por que eu te conheci? Por que me esquecer foi tão fácil para você? Por que eu me iludo, crio esperanças e situações que jamais vão acontecer? Por que eu ainda te amo?

26 de abril de 2011

É mais forte do que eu

         
          Ás vezes, me pego pensando em que postar no blog. É algo involuntário, como se  minha cabeça processasse como uma obrigação, algo que não posso deixar de fazer, ou as conseqüências seriam ruins. De fato, muitas idéias me atingem. Algumas eu consigo me basear, e tirar, no mínimo, algumas linhas. Mas a maioria acaba indo para o ralo. Mas de vez, em vez, uma idéia me acerta de repente, como um soco. Em seguida me encontro procurando desesperadamente um papel para descontar tudo que o pensei, acrescentando e tirando. No final, quando passo pro computador, tudo está muito diferente do que havia pensando. Mas, mesmo assim, continua sendo um post, então me sinto completamente feliz.
        Não vou contar quantas vezes já me vi querendo largar tudo, ter uma ocupação a menos. Porém, escrever é o que me deixa alegre. Preserva minha sanidade, transforma o mundo em um lugar mais suportável, indolor. Meus cadernos, por outro lado, são os que mais sofrem nisso tudo. Passo as aulas chatas de português escrevendo, afinal, praticando, certo? Muitos assuntos nasceram lá mesmo. Como a zona de conforto, do último post. Minha professora tinha citado algo do tipo, sobre como ela sai da própria zona de conforto quando está sem óculos. O resto do texto foi brotando na minha cabeça mais rápido do que minhas mãos conseguiam escrever, mas consegui.
       Realmente, não sei porque estou escrevendo sobre isso. Tantos assuntos que podia trabalhar de maneiras diversificadas. Mas esse assunto me chamou a atenção, e não me deixou largá-lo fácil. Provavelmente porque queria mostrar para vocês como esse blog é minha necessidade. Não consigo parar de escrever. E provavelmente não consigo parar de publicar o que escrevo. É mais forte do que eu.

20 de abril de 2011

E quando percebeu, era tarde demais


Era sua zona de conforto. Nada saia ou entrava dali. Nunca. Jamais. E talvez por isso o choque fora tão grande quando foi, praticamente, empurrada para fora desta. Seus hábitos continuavam os mesmos, mas mesmo assim era comum se pegar esperando por ele, quando, no fundo, sabia que ele não voltaria. Era tão comum quanto se encontrar a frente do espelho, praticando discursos e mais discursos, tudo o que sentia e o que deixou de sentir. Jurou solenemente repetir as palavras a ele, que se não fizesse, iria se castigar. Não preciso comentar que tudo não saiu dali; da frente do espelho. E mesmo assim, como iria se castigar? O que poderia ser pior do que ser expulsa de sua própria zona de conforto? De sua própria fuga, quem diria.