28 de dezembro de 2011

Grite para mim

(Inspirada pelas letras violentas e inteligentes da banda Slipknot, criei um personagem - e é, por sinal, um homem - que ama de um jeito doentio uma mulher. Citei vários trechos de músicas da banda, principalmente aquelas que expressão possessão. Você não é obrigado a ler, sinceramente ficou uma bosta. Obrigada pela atenção.)

   E ela era tudo para mim. Ela era um sonho, o sonho em que apenas seu esplendor e dramaturgia poderiam explicar vagamente o quão é bela aos meus olhos. Eu não hesitaria. Não hesitaria em fazer o que quer que fosse para tê-la apenas para mim. Agora, não sei o que fazer. Não sei o que fazer quando ela me deixa triste. Quando ela me deixa triste. Triste.
   Ela é única com esse poder.
   Sua magnitude me faz suspirar, de modo que seus simples gestos me ceguem, privando-me de meus sentidos. Não posso deixar isso crescer em mim, não posso deixar que ela cresça dentro de meu coração. Paro de respirar por longos momentos, punindo assim minha mente e meu corpo. Como sou capaz de amar um ser tão insignificante e frágil?
    E ela sorri.
    Seus belos lábios se estendendo em um uma linha assimétrica, quase surrealmente perfeita. Ela sorri, e todo meu mundo se estagna por tempo intermediado. Nada – absolutamente nada – importa mais. Apenas o seu lindo sorriso poderia iluminar meu mórbido caminho para a morte. Apenas seu sorriso simplório poderia me guiar para a morte.
    Seja preciosa, seja minha.
    Afaste-se, deixe-me tomar o controle. Deixe-me tocar sua pele, entrar na sinfonia de seu corpo. Deixe-me sentir esses sentimentos que todos sempre expressão. Apenas uma vez na vida, quero sentir o amor e ter certeza disso. Porque tudo que o sempre amei foi o ódio. O sangue, e a dor. Talvez eu te ame.
     Pare.
    Pare! Não me sufoque mais! Não imponha esse poder absoluto que apenas você tem sobre mim. Não vou deixar que me levem e não vou ser levado por você. Fique ao meu lado. Seja honesta, seja bela, seja preciosa, seja minha - e de mais ninguém. A partir de agora, você me pertence de corpo e alma.
          Não é esse o significado do tão precioso amor?

12 de dezembro de 2011

Era sempre a dor

Não era questão de negar os próprios sentimentos, e sim de se sentir fraca em relação à eles. No fundo, apenas não fazia sentido. Nada fazia. Ela suspirou, pondo uma mecha implicante do cabelo cor caramelo atrás da orelha. Era confuso e desnecessário escrever sobre os próprios sentimentos. Porque, querendo ou não, ninguém se importava. Ninguém se importa com o que você está sentindo. Seja dor, pena, desespero, desilusão, raiva. E ela sentia tudo aquilo. Tudo massacrado em seu coração, fazendo com que a mesma tenha uma vontade quase que frequente de gritar. Ela só queria gritar. Por para fora a dor que sentia. Simplesmente a dor. Era sempre a dor.

11 de dezembro de 2011

Ainda chovia

Ainda chovia quando uma lágrima grossa rolou pela sua bochecha. Ele estava encolhido no canto mais escuro de seu quarto. Havia preferido a solidão, o silencio e a dor. Que escolhas fascinantes, não? Era do tipo masoquista, que remoía a angustia e as boas lembranças. Tudo de uma só vez. Era uma forma de não se esquecer de que, no passado, foi feliz. Iludido, mas feliz. Logo ele, logo o rapaz que se divertia tanto rindo do sofrimento alheio. Achava amor uma mentira, e acreditava fielmente que morreria sozinho e feliz. A facilidade de fazer palpites errados era arrematadora. E logo estava ali, perdido. Porque era a única palavra que podia definir sua situação. Definir como ele se sentia sem ela.