21 de julho de 2012

Situação hipotética



Se houvesse um prêmio para a campeã em afastar amizades, eu ganharia antes mesmo de ser indicada. Não,  ainda não seria o suficiente. O organizador do evento hipotético se veria na obrigação de me chamar, como o verdadeiro Chuck Norris do assunto, para que eu desse uma palestra detalhada para iniciantes sobre a arte de afastar amizades e perder contato. Já até vejo essa competição. Seria um sucesso.
De certo, não sou a única experiente no assunto. Tenho certeza que existe outros milhares que são também especialista em afastar grandes amizades. Se você, caro leitor, estiver em uma situação parecida, não se desespere - sei exatamente o que você está sentindo. Sei como é simplesmente terrível ver aquele amigo tão íntimo se tornar, nada mais, nada menos, que um conhecido. Por esses e outros traumas, passei a criar poucas expectativas quanto a conhecer pessoas novas. 
"Olá! Me chamo Ana" Eu provavelmente digo quando conheço alguém. Não, isso não é verdade. Eu nunca digo nada. Espero o outro tomar a iniciativa - isso se lhe for interessante puxar assunto com a garota quieta e de aparência assustadora. Se ele não tomar, ótimo. Menos um futuro personagem na minha vida para me preocupar. Se ele tomar, ai são outros quinhentos...
"Como você se chama?" Os estranhos costumam perguntar. Acho que deve ser um hábito comum, isso de perguntar nomes. Mesmo quando você não dá a mínima, ou em breve os esquecerá, ou, pior, lembra exatamente o nome da pessoa, mas por estar certo que ouviu errado, tem medo de chamá-la pelo o nome e acabar dizendo-o errado.
"Ana" É o que costumo responder. E não pergunto o nome da pessoa de volta. Em geral, é porque já sei. Pela simples vergonha de fazer a singela pergunta, me torno observadora o suficiente - e, por tabela, otimista -, para esperar e estar atenta quando alguém chamar aquela pessoa pelo o nome. Perguntar o nome do estranho em questão, mesmo que para um conhecido, é sempre constrangedor.
"Ah, nome legal" Não é o que dizem frequentemente. Então, imaginar-ei-nos uma situação hipotética em que esse comentário patético é substituído por qualquer outro. Se, o estranho em questão, fizer algum comentário, desconfie. O simples fato dele ter perguntado o seu nome - é claro, existe o fator educação, mas não acredito que seja o caso da maioria dos estranhos -, revela um interesse na sua pessoa.
Então, querido leitor, somos apresentados para a melhor forma de evitar futuras decepções amorosas, amigáveis ou, que seja. Vamos evitar a decepção em si. Nesse último passo de como afastar amizades, lhe darei minha melhor dica sobre estranhos que se aproximam, da forma que for, de você: fuja.

Um comentário:

Isabel disse...

Hahaha, também "afasto" amigos. Sério, tem pessoas para quem eu escrevia aqueles depoimentos toscos e coloridos no orkut (é, eu sei)e agora mal troco duas palavras por ano (geralmente, um "feliz aniversário!" no facebook). Aiai, louca essa vida, né?