9 de março de 2011

Era apenas uma garota


   Sua capacidade de percepção era admirável. Ou seria a falta dela? Ela poderia traduzir sentimentos, transformá-los e palavras. E dependendo do caso, poderia até deduzir o que ele sentia. É claro que a dedução não era a forma mais exata de se descobrir algo, e, talvez por isso, nunca acertara. Ela sabia perceber, e não adivinhar. Quando pensava que ele a achava uma idiota, na verdade, ele a amava. E quando estava crente que ele a amava, ele, na verdade, ria da sua atitude desesperada. Seus palpites falhavam, e por alguns seres, era considerada mentirosa. Pobre garota, tudo que ela tinha era a esperança. Esperança de ser amada do jeito que o amava. 
     Tinha a mente aberta quanto decisões precipitadas.  Cumpria seu leito de maturidade como prova á si mesma que era capaz. Mas para quê tanta capacidade sem racionalidade? Racionalidade era nunca demonstrar fraqueza. Então ela seria racional? A definição de fraqueza ainda era distante para sua cabecinha oca. E, sim, ela tem uma opinião formada sobre tudo. Sua opinião do começo jamais mudará. Será isso verdade? Porque, se fosse, ela não duvidaria tanto das próprias palavras.  Uma coisa é certa; não duvida da suas mentiras. Tem uma afeição clara pelas histórias que cria. Mentiras ou fugas?
     Apenas dizia não para a normalidade. Para o padrão. Assedia por respostas, porém nem sempre as obtém. Sua cabeça está quase sempre imersa em pensamentos. Pensamentos que ela ao menos chega a se lembra depois. Mas mesmo sua capacidade de se descrever fosse quase nenhuma, ela conseguiu, ao menos, organizar suas palavras.

2 comentários:

Mariana disse...

UAU, Anna! Parabéns, parabéns, parabéns, ficou tipo, muito bom. Bom demais. Gente. *O*

Ana Chagas disse...

Obrigada, obrigada, obrigada *-*